Invento por Rosângela Vig

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Rosângela Vig é Artista Plástica e Professora de História da Arte.

No movimento
Lento
Das barcaças
O dia
Sonolento
Vai inventando as variações das nuvens…
(QUINTANA, 2004, p.129)

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Bender Distortocaster, Andy Warhol, 1967. Foto Divulgação.
Bender Distortocaster, Andy Warhol, 1967. Foto Divulgação.

E se a Arte se reinventar? E se ainda assim encantar? E se com a Arte puder interagir, participar? Os inventos das Revoluções que nos Inventaram deixam claro a que veio a Arte Contemporânea. E ela promete que o público pode estar em meio à Arte e que pode permear o fruto da ideia do artista. E a Arte passa tranquilamente pelo campo das sensações e das reflexões. Talvez sejam esses os objetivos principais dos trabalhos na exposição Invento, em cartaz na Oca, do Parque Ibirapuera, em São Paulo. A exposição tem como curadores Marcello Dantas e Agnaldo Farias, é patrocinada pelo HSBC e pode ser vista até o dia 4 de outubro de 2015, com entrada gratuita.

Na mostra, as invenções dos últimos 150 anos, recebem uma leitura da Arte Contemporânea. Entre os artistas, estão nomes internacionais como Man Ray, Andy Warhol 1 e Nam June Paik.

Gift, Man Ray. Foto Divulgação.
Gift, Man Ray. Foto Divulgação.

A guitarra elétrica, Bender Distortocaster (Fig. 1), de Lou Reed, foi personalizada pela maior figura da Pop Art, Andy Warhol, para a banda Velvet Underground, em 1967. A banana em decomposição que estampa o objeto, acabou por tornar o símbolo do grupo. A obra Dadaísta Gift (provavelmente de 1958) (Fig. 2), de Man Ray reflete a ideia do aprisionamento doméstico. Feito com a intenção de rasgar as roupas simetricamente, a engenhoca pode ser uma indignação pelo comportamento de uma época e ainda pelo rigor estético. A escritora modernista Gertrude Stein inspirou o pai da vídeo-arte Nam June Paik que criou, em 1990, uma obra de mesmo nome (Fig. 3). A escultura, em forma de robô, foi construída com aparelhos de televisão, discos de vinil e alto-falantes, e se refere à interação entre o homem e a máquina.

Gertrude Stein, Nam June Paik, 1932. Foto Divulgação.
Gertrude Stein, Nam June Paik, 1932. Foto Divulgação.

A poesia e o diálogo estão presentes na instalação Rádios Pescando, do arquiteto e artista plástico Guto Lacaz. O trabalho, de 1986, já passou por exposição, em Nova York e está agora, em sua quarta montagem. A tênue linha que pesca, pode ser uma onda de rádio conectada a um solitário espectador. Inspirado no método de Paulo Freire e nas terapias de Lygia Clark e de Augusto Boal, a instalação Sanatorium (Figuras 6, 7, 8 e 9), de 2011, de Pedro Reyes também está na exposição e convida o espectador a interagir, levando-o a uma experiência psicanalítica, que se opõe à solidão. Já mostrada no Guggenheim, a obra se apresenta em seis ambientes, nos quais, há diferentes terapias a serem aplicadas.

E se o olhar se perder? E se o tempo passar? Vale a pena, pois a Arte convida a isso. O artista contemporâneo provou que veio para despertar o olhar e para prender a atenção. A receita é deixar se levar pela imaginação e pelo mundo inventivo do artista.

2 - Rádios Pescando, Guto Lacaz, 1948. Foto de Edson Kumasaka.
Rádios Pescando, Guto Lacaz, 1948. Foto de Edson Kumasaka.

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Esse inquietos ventos andarilhos
Passam e dizem: Vamos caminhar
Nós conhecemos misteriosos trilhos,
Bosques antigos onde é bom sonhar…
(QUINTANA, 2004, p.155)

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Mais Obras:

Crédito Fotos: Divulgação.

OS ARTISTAS E OS INVENTOS

Amyr Klink (Brasil, 1955): Geodésica de Buckminster Fuller (Estados Unidos, 1895-1983)

Andy Warhol (Estados Unidos, 1928-1987): Guitarra Elétrica

Bill Viola (Estados Unidos, 1951): Televisão

Christian Boltanski (França, 1944): Lâmpada incandescente

Christian Marclay (Estados Unidos, 1955): Telefone

Damián Ortega (México, 1967): Caminhão e Máquina de escrever

Daniel Arsham (Estados Unidos, 1980): Telefone de parede

Daniel Canogar (Espanha, 1964): raio-X

Douglas Coupland (Canadá, 1961): Encriptação/computação

Guto Lacaz (Brasil, 1948): Rádio

Janet Cardiff e George Bures Miller (Canadá, 1957): Caixa Acústica

Jarbas Lopes (Brasil, 1964): Automóvel

José Damasceno (Brasil, 1968): Isopor

Jim Campbell (Estados Unidos, 1956): Lâmpada LED

Julian Opie (Inglaterra, 1958): Celular

Julius von Bismarck (Alemanha, 1983): Concreto armado

Leandro Erlich (Argentina, 1973): Elevador

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Man Ray (Estados Unidos, 1890 – 1976, França): Ferro elétrico de passar

Nam June Paik (Coréia do Sul, 1932 – 2006, Estados Unidos): Televisão

Nazareth Pacheco (Brasil, 1961): Aparelho de barbear

Nelson Leirner (Brasil, 1932): Geladeira

O Grivo (grupo criado no Brasil em 1990): Piano automatizado

Olafur Eliasson (Dinamarca, 1967): Energia solar

Panamarenko (Bélgica, 1940): Avião e asa-delta

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Paulo Nenflidio (Brasil, 1976): Energia solar

Pedro Reyes (México, 1972): Psicanálise

Pharmacopoeia (criado na Inglaterra em 1998): Cápsulas de remédio

Renata Lucas (Brasil, 1971): Sistemas eletrônicos de vigilância

Takahiro Iwasaki (Japão, 1975): Fita adesiva e Escova de dentes

Zilvinas Kempinas (Lituânia, 1969): Ventilador

EXPOSIÇÃO INVENTO | AS REVOLUÇÕES QUE NOS INVENTARAM

Local: Oca – Parque Ibirapuera (São Paulo) – subsolo e 1° andar
Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral – Portão 3 | Telefone: (11) 5082 1777
Abertura: 4 de agosto, das 19h às 22h (para convidados)
Período de exibição: 5 de agosto a 4 de outubro de 2015
Horários: terça a domingo, das 9h às 17h – Entrada gratuita

Patrocínio: HSBC Apoio: Instituto Goethe

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1 Andy Warhol – site oficial:
www.warhol.org/collection/art

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Referências:

QUINTANA, Mário. Quintana de bolso. Porto Alegre: Ed.L & PM, 2004.

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Assessoria de imprensa:

Sofia Carvalhosa, Viva Kauffmann e Renata Martins Tel.: (11) 3083-5024 | E-mail: sofiahc@uol.com.br

7 comentários em “Invento por Rosângela Vig”

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