Leilão presencial ‘Arte Sacra em Noite Única’ apresenta raridades

Evento disponibilizará mais de uma centena de objetos dos séculos 16, 17, 18 e 19 para diversos interesses e aspirações de colecionadores, investidores, negociantes, decoradores, curadores de museus e compradores entusiastas

A Dutra Leilões realiza no dia 27 de junho, quinta-feira, a partir de 20h30, o leilão presencial ‘Arte Sacra em Noite Única’. Irão a remate 111 lotes de esculturas, marfins e ossos, móveis, pinturas e papeis, porcelanas e faianças, pratas e metais, tapetes e tapeçarias, vidros e cristais e outros objetos. O acervo apresenta imagens de diversos mestres, com destaque ao escultor Antonio Francisco Lisboa, o ‘Aleijadinho’. Há pelo menos três ‘santos do pau oco’ de autoria dele, que são muito raros. Além das peças brasileiras encontram-se também algumas de origem hispânica.

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“As obras foram cuidadosamente escolhidas por nós e têm garantia em relação à qualidade, autenticidade e estado de conservação”, explica leiloeiro oficial, Luiz Fernando Moreira Dutra. Antes do evento, haverá apresentação das peças até 26 de junho, das 14h às 20h, que estarão em exposição pública na Rua Ouro Branco, 174, em São Paulo. Elas são propriedades de diversos comitentes, ou seja, pessoas que incumbem outra de realizar determinadas negociações mediante comissionamento.

Expoentes

Entre os destaques está São Gerônimo, uma imagem de madeira esculpida, policromada e dopurada, representado em pé o Santo, com olhos puxados e de vidro, boca ligeiramente aberta com dentes, nariz afilado, barba bipartida, cabelos soltos, bom panejamento, pés descalços, apoiado sobre base no formato de morrete. Ela tem 41 cm de altura e foi esculpida por Aleijadinho no século 18, em Minas Gerais.

Há também do mesmo artista, entre outros itens, um Par de talhas laterais e um Florão de altar de madeira lavrada patinada com resquícios de douração, decoradas com volutas. O florão é de madeira talhada no formato de medalhão central vazado, com volutas e drapeados. As dimensões das talhas são 22 cm x 237 cm de altura, enquanto o florão tem 63 cm x 56,5 cm de altura. As obras também são do século 18 e foram finalizadas em Minas. Inclusive suas fotos até já foram reproduzidas no livro Barroco Ardente e Sincrético Luso-Afro-Brasileiro, do Museu Afro Brasil, com curadoria do escultor Emanoel Araujo.

No grupo proeminente há também o Cristo Crucificado. Trata-se de uma imagem de marfim esculpido, com corpo em monobloco e braços encaixados de marfim, representando Cristo com lention de pano cobrindo a nudez. A cabeça está caída para a direita com coroa de espinhos, pé direito sobre o esquerdo com um só cravo, sustentado sobre cruz de madeira com ponteiras também de madeira trabalhada e dourada e placa de metal com a legenda INRI. A base é em pedestal. A imagem tem 137 cm de altura total e o Cristo tem 67 cm de altura. É do século 18 e de origem Cingalo-Português.

O Santo do Pau Oco. Pietá é uma imagem de madeira esculpida policrômica, com discreta douração, representando Jesus Morto com o corpo à direita, nos braços da Virgem Maria coberta com manto. Contém esgrafitos, bom panejamento, sobre base vazada com anjos do purgatório, como se fossem cariátides. A face posterior da base a placa horizontal, removível, encerra o vão livre. Ela tem 35 cm de altura e foi elaborada no Brasil no século 18. A peça é acompanhada por uma coroa de prata.

Já a Santa do Pau Oco. Santa Quitéria é uma imagem de madeira esculpida e policromada, que contém esgrafitos e discreta douração. A santa está com cabelo penteado, segurando livro com a mão esquerda e uma palma com a esquerda. Tem bom panejamento. No reverso a placa vertical escamoteável encerra o vão livre. A base é recortada e a obra tem 68 cm de altura. Foi feita em Minas Gerais, também no século 18.

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Uma outra imagem de madeira esculpida significante é a Santa do Pau Oco (nº 53) que é policromada com resquícios de douração, representando Santa com as mãos espalmadas, cabelos cobertos com manto curto, capa com capuz, apoiada sobre três anjos e base retangular recortada. No reverso há uma placa vertical removível, que encerra o vão livre. Ela apresenta 56 cm de altura, é do século 18 e proveniente de Portugal.

Faz parte do rol ainda as Santas Mães. A obra é um conjunto escultórico de madeira policromada, com vestígios de douração, representando Nossa Senhora, Sant’Ana e Menino Jesus com cabelos soltos e penteados, e Santana com manto curto. Tem bom panejamento com esgrafitos e flores em policromia, sentadas em cadeira de braço com espaldar alto recortado guarnecido pelo Divino Espírito Santo. Os pés ficam a mostra sendo um sobre almofada e base retangular recortada em degraus. Tem 60 cm de altura e foi criada em Minas Gerais no século 18.

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A Santana Mestra é uma imagem de madeira esculpida, com intensa policromia e com resquícios de douração e esgrafitos, representando Sant’Ana, que está sentada segurando livro e abraçando Nossa Senhora Menina. Ela aparece com cabelos penteados de pé a sua esquerda com cabelos cobertos por manto curto, tem bom panejamento, e sapato a mostra apoiado sobre almofada. O espaldar é alto e recortado com volutas e base recortada. Tem 60 cm de altura e foi concebida na Bahia, no século 18. Junto à peça acompanha resplendor e coroa de prata.

Na lista de destaques está a Maquineta ou Lapinha de Madeira policromada com imagens de pedra sabão. O corpo é dividido em dois nichos, sendo que na parte superior se encontra o Senhor Jesus Cristo crucificado ladeado por Santa Gertrudes, Nossa Senhora das Mercês, São José de botas, São Sebastião, seguidos por Santo Antônio, Santa Luzia, Santana, São Joaquim e São Manuel. Todos estão sobre pequenas peanhas. No nicho inferior há o presépio com os três Reis Magos, a Sagrada Família, Divino Espírito Santo, um pastor e animais. A pintura interna expõe flores e externamente policromia com predomínio das tonalidades verde e vermelha, rematadas de ouro brunido. A mobília é sustentada sobre quatro pés em curva e tem 92 cm de altura. Foi produzida no Brasil, no século 19, em Minas.

Por fim, na nata do catálogo do leilão há o Lampadário de prata repuxada e cinzelada com inspiração barroca, e elementos fitomórficos e volutas em relevo. A peça presenta três correntes suspensórias em balonet vazado e ligadas a três pequenas figuras de cupidos. No corpo há somente a marca do rabicho. O objeto tem 117,5 cm de altura e foi feito no Brasil, entre os séculos 18 e 19.

Valor

Segundo a legislação vigente no Brasil é “proibida a saída do País de quaisquer obras de artes e ofícios tradicionais, produzidos no Brasil até o fim do período monárquico, abrangendo não só pinturas, desenhos, esculturas, gravuras e elementos de arquitetura, como também obras de talha, imaginária, ourivesaria, mobiliário e outras modalidades”. Essas obras só podem sair do País para exposições com a devida autorização do governo federal. Essa condição legal, segundo especialistas, agrega mais valor ao acervo que vai a leilão.

Os interessados podem acessar o catálogo eletrônico da Dutra Leilões (http://www.dutraleiloes.com.br/2019/l145/abrecat.htm).

Serviço
‘Arte Sacra em Noite Única’
Dutra Leilões (www.dutraleiloes.com.br)
Informações
dutraleiloes@dutraleiloes.com.br
Tel.:
11 3887-3234
9 5040—7337
9 5040-8970
End.: Rua Ouro Branco, 174, Jardim Paulista, São Paulo

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