“A Arte do Povo Brasileiro” – 300 obras assinadas por artistas de todo o país

Pé Palito faz retrospectiva sobre arte popular brasileira no Iguatemi Shopping

“A Arte do Povo Brasileiro”

O espaço, que funciona como antiquário e galeria de arte, apresentará 300 obras realizadas por artistas de todo o país a partir do dia 18 de setembro

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Se antes eram vistas como meros souvenires artesanais, hoje as obras de arte popular brasileira são queridas pelos críticos de arte e pelo grande público, ganhando cada vez mais espaço tanto dentro de importantes coleções museológicas do país como em exposições nacionais e internacionais. Famosas pela poética das cenas retratadas, essas peças são atualmente exibidas com orgulho como uma das principais representantes da arte nacional.

Pensando nisso, a Pé Palito Antiquário & Arte reorganizou seu espaço, localizado no Iguatemi Shopping (Lago Norte), para apresentar, em parceria com a Galeria Pontes (São Paulo), cerca de 300 peças realizadas por artistas de comunidades tradicionais localizadas em todo o Brasil na mostra “A Arte do Povo Brasileiro”. A exposição entra em cartaz no dia 18 de setembro e as obras permanecerão expostas gratuitamente ao público até o dia 30 de outubro.

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Para Marcelo Lima, proprietário da Pé Palito, a exposição é um chamado para que as pessoas possam perceber na arte a possibilidade de união dos brasileiros:

“Bem-vindos ao Brasil.

Vamos celebrar juntos a arte brasileira, do Oiapoque ao Chuí. Nem popular, nem erudita: arte. A essência paraibana, goiana, pernambucana, mato-grossense, baiana, piauiense, alagoana – a essência brasileira, criativa, singular e linda – expressa na arte. Vamos admirar, contemplar e valorizar o que é nosso. Salve a arte do povo! Salve a arte do povo brasileiro!”, Marcelo Lima, proprietário da Pé Palito

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A curadoria é assinada por Bené Fonteles, renomado artista plástico paraense, e por Edna Matosinho de Pontes, pesquisadora de referência na área. Animais, cenas cotidianas, figuras religiosas, alegorias sobre a vida humana e peças folclóricas estão representados nas obras da exposição, que conta com artistas de estados como Paraíba, Minas Gerais, Piauí, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso e Alagoas.

Entre os nomes mais notórios da mostra estão Mestre Vitalino, Antônio Poteiro, Família Julião, Tota, Manuel Eudócio, Elza O.S., Mestre Cornélio, Adão de Lourdes, Mestre Paquinha, Nilson Pimenta, Sil Capela e Mestre Expedito.

Todos possuem obras com passagem em mostras internacionais, além de compor coleções de importantes museus brasileiros. Como alguns dos artistas já faleceram, suas obras tornaram-se peças raras, verdadeiros objetos de desejo para colecionadores de artes e centros culturais. Vale ressaltar que boa parte das obras em exposição estão à venda na Pé Palito.

Conheça, em detalhes, alguns dos principais nomes da mostra:

Mestre Vitalino

Nascido nos arredores de Caruaru, Vitalino é talvez o nome mais celebrado da arte popular brasileira. Aprendeu a fazer “loiça de brincadeira” com a mãe, vendendo miniaturas de animais para crianças na feira. Com o passar do tempo, passou a criar composições mais elaboradas, com grupos de figuras retratando desde o trabalho agropastoril do camponês até retirantes – trazendo à tona uma verve dramática, solidária e expressionista às obras. Também trabalha com ritos de passagem (nascimento, casamento e morte), figuras míticas de cangaceiros, lobisomens, bois, grupos de músicos e cenas religiosas. Seu trabalho chegou a ser citado por poetas como Manuel Bandeira e Joaquim Cardozo, além de compor grandes exposições nacionais e internacionais. Só no Rio de Janeiro, há obras suas no Museu Nacional de Belas Artes, no Museu Casa do Pontal, nos Museus Castro Maya e na Coordenadoria Nacional de Folclore e Cultura Popular do Iphan. Seus netos Silvio, Vitalino e José seguiram os passos de Vitalino no ofício.

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Antônio Poteiro

Nascido em Braga, Portugal, chegou ainda criança no Brasil e morou em São Paulo, em Minas Gerais e na Ilha de Bananal, onde pode viver entre índios. Posteriormente, fixou-se em Goiânia, capital do Goiás, onde trabalhou como padeiro, cozinheiro e faxineiro antes de se tornar um dos artistas mais populares do país. É conhecido por esculpir santos, grandes urnas com relevos, animais associados ao sagrado, sonhos geradores de humanidade e figuras humanas. Além disso, faz pinturas carregadas de tom dramático e cheias de cores primárias, trazendo como temas a cultura regional e a religião. Participou da Bienal Internacional de São Paulo por duas vezes (1981 e 1991) e expôs em mais de vinte países, recebendo inúmeros prêmios em salões de artes plásticas.

Família Julião

Zezinho Julião deu início a uma trajetória familiar calcada na produção artística. Carpinteiro, transmitiu aos oito filhos a técnica de trabalhar a madeira. No início, trabalhavam o animalismo, produzindo representações de macacos, leões, sapos, serpentes, pássaros e jabutis. Porém, com o afinamento da técnica, começaram a produzir santos, anjos, presépios e cenas do mundo animal. Os 15 netos de Zezinho também caminharam para o mesmo ofício e continuam a produzir, até hoje, obras notáveis sobre a natureza brasileira.

Tota

Filho de ceramistas de Tracunhaém (Pernambuco), Antônio Paschoal Régis, mais conhecido como Tota, é um dos ceramistas mais celebrados da arte popular brasileira. Especializou-se na produção de louça utilitária e acabou por produzir belas esculturas expressionistas, feitas em alto-relevo de potes ou como figuras de corpo inteiro, tendo sempre como destaque o rosto.

Manuel Eudócio

Nascido em Caruaru (Pernambuco), um dos berços da arte popular brasileira, Manuel Eudócio foi um dos primeiros e principais discípulos do Mestre Vitalino, referência máxima na área. Sua principal especialidade é a cerâmica, que pode ganhar pintura ou ser finalizada na cor do barro natural. Além de animais e figuras religiosas, o artista também reproduzia cenas cotidianas, personagens a partir de suas profissões, e grupos de festas populares. É possível encontrar obras suas em diferentes instituições do Brasil, como o Museu Casa do Pontal (Rio de Janeiro) e o Museu do Homem do Nordeste (Pernambuco).

Sobre o espaço

Inaugurada há 20 anos pelo pernambucano Marcelo Lima, a Pé Palito Antiquário & Arte é uma das galerias de arte mais longevas de Brasília. Sua coleção conta com obras de artistas brasileiros do século XX. Entre os artistas representados estão Josafá Neves, Rinaldo Silva, Antônio Poteiro, Tarcísio Viriato, Sérgio Rodrigues, Joaquim Tenreiro, Gilvan Samico.

Além disso, o acervo do espaço conta com artes decorativas e mobiliário. São poltronas, mesas, joias, esculturas, luminárias, porcelanas, cristais, pratarias, livros e adornos. Organizado em ambientes requintados, o espaço possui também uma vasta biblioteca de arte nacional.

SERVIÇO
[exposição] “A Arte do Povo Brasileiro”
Pé Palito Antiquário & Arte
Curadoria: Bené Fonteles e Edna Pontes
Local: Iguatemi Shopping, loja 143, Lago Norte
Data: do 18 de setembro a 30 de outubro
Horário: de segunda a sábado das 10h às 22h e domingo das 14h às 20h
Entrada franca
Classificação indicativa: Livre para todos os públicos

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