Exposição “Fauna e Flora Brasileiras” apresenta litografias com aves amazônicas catalogadas por Emílio Goeldi e xilogravuras com flores de Oswaldo Goeldi

No próximo dia 5 de Junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, será aberta em Taubaté, no Via Vale Garden Shopping, a exposição “Fauna e Flora Brasileiras”.

A mostra tem, na sala Fauna, 48 pranchas em metacrilato com as 337 espécies de aves amazônicas catalogadas pelo zoólogo e cientista suíço Emílio Goeldi durante o período em que dirigiu o antigo Museu Paraense de História Natural e Etnografia, posteriormente denominado Museu Paraense Emilio Goeldi, em sua homenagem.

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Na sala Flora estão 22 xilogravuras coloridas com a temática de flores brasileiras, obras realizadas por Oswaldo Goeldi (1895-1961), filho de Emílio Goeldi, considerado o mais influente gravador brasileiro.

Complementarmente, em uma das três salas da mostra estará sendo exibido um vídeo sobre aves brasileiras, com acessibilidade de áudio e descrição em libras. Além disso, o público poderá conhecer um pouco da vida e da história de Emílio Goeldi, destemido naturalista suíço que se deslocou para a Amazônia com esposa e seis filhos com o intuito de perseguir um sonho: pesquisar as espécies brasileiras e a Amazônia, região com uma das mais ricas representações ornitológicas do mundo.

Duas das obras na exposição “Fauna e Flora Brasileiras – Emílio Goeldi e Oswaldo Goeldi”.

Para enriquecimento da experiência, os visitantes da exposição poderão usar a tecnologia de Realidade Aumentada, fazendo com que as obras ganhem vida – as aves, por exemplo, poderão ser vistas em movimento.

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Todos os visitantes receberão um catálogo impresso e terão acesso também a um aplicativo de celular especialmente desenvolvido pelo Projeto Goeldi. A aplicativo poderá ser acessado posteriormente, prolongando para o visitante a vivência da exposição.

A curadoria da exposição é de Lani Goeldi, sobrinha-neta de Oswaldo Goeldi. A proposta, diz ela, é “unir, em uma proposta inédita, os trabalhos de pai e filho retratando de forma ímpar nossa biodiversidade, destacando a fauna e a flora brasileiras e a temática da preservação ambiental”.

Pela primeira vez – O naturalista e zoólogo suíço-alemão Emílio Augusto Goeldi (1859-1917), chegou ao Brasil aos 21 anos. Veio a convite do Museu Imperial, sendo nomeado subdiretor da Seção de Zoologia. Permaneceu no Museu por cinco anos, publicando diversos trabalhos de pesquisa e artigos sobre temas variados, com destaque para estudos de répteis, insetos, aracnídeos, mamíferos e aves. Em 1893, a convite do governador do Pará, assumiu a direção do Museu Paraense de História Natural e Etnografia – que em 1900, em sua homenagem, teve o nome mudado para Museu Paraense Emílio Goeldi –, com a missão de o transformar em um grande centro de pesquisa sobre a região amazônica. Permaneceu à frente do Museu até 1907, desenvolvendo ali um trabalho fundamental. Grande parte da Amazônia foi por ele visitada, com a realização de intensivas coletas para formar as primeiras coleções zoológicas, botânicas, geológicas e etnográficas.

Goeldi contratou para o Museu o fotógrafo, desenhista e litógrafo alemão Ernst Lohse. Profundo conhecedor do ambiente amazônico, foi Lohse quem que ilustrou o livro “Álbum de Aves Amazônicas”, editado por Goeldi em 1900, com as 48 sublimes pranchas com desenhos das 337 espécies de aves amazônicas catalogadas por Emílio Goeldi. Os originais, litografias aquareladas, estão no Museu de História Natural de Berna, na Suíça.

Impressas em metacrilato, no formato 65 cm x 45 cm, as 48 pranchas estão sendo agora apresentadas publicamente pela primeira vez na mostra “Fauna e Flora Brasileiras”.

Primeiras gravuras modernas – Gravador, desenhista, ilustrador e professor, Oswaldo Goeldi (1895-1961) nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 1895. Logo após seu nascimento, e até os seis anos, morou em Belém com os pais. Em seguida viveu na Suíça, onde realizou estudos de arte e conheceu a obra do austríaco Alfred Kubin, que se tornaria sua maior influência artística. Em 1919, pouco depois da morte do pai, retornou ao Brasil, fixando residência no Rio de Janeiro. Executou trabalhos como ilustrador e em 1921 fez sua primeira individual brasileira, no Liceu de Artes e Ofícios. Considerado o autor das primeiras gravuras modernas no Brasil, a partir de 1923 dedicou-se intensamente à xilogravura. A partir de meados dos anos 1930 começou a experimentar o uso da cor em suas xilogravuras.

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Fez trabalhos para revistas, livros e periódicos. Ao longo da carreira realizou inúmeras mostras individuais e coletivas, seguidas por tantas outras ocorridas após sua morte, no Brasil e no exterior. Expôs na 25ª Bienal de Veneza em 1950. Ganhou o Prêmio de Gravura da 1ª Bienal de Veneza em 1950. Ganhou o Prêmio de Gravura da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951. Hoje, é venerado no meio artístico e suas obras referência no campo da gravura em todo o mundo.

As xilogravuras de Oswaldo Goeldi apresentadas na mostra “Fauna e Flora Brasileiras” foram realizadas durante a década de 1950 por encomenda da Editora Agir, empresa em que o artista atuava como ilustrador. Nunca publicadas, foram resguardadas durante décadas em coleção particular. Para a criação das obras o artista inspirou-se nas memórias dos primeiros anos de sua infância, quando residiu em Belém e conviveu com o cotidiano do pai, o zoólogo e naturalista Emilio Goeldi. Segundo Lani Goeldi, “nestas xilogravuras coloridas o artista retrata a natureza de uma forma ímpar, com cores e luzes impressas de forma nunca antes vista, revelando a necessidade consciente de estar sempre próximo à natureza”.

O Projeto Goeldi – Sediado em Taubaté, SP, o Projeto Goeldi, constituído sob a denominação Associação Artística Cultural Oswaldo Goeldi, foi criado em 1978 com o objetivo de recolher, valorizar e perpetuar a obra de Oswaldo Goeldi.

Estão entre suas responsabilidades a reunião de todo o conjunto visual gravado e produzido pelo artista, bem como a catalogação e a organização de todo o material documental, artístico, pessoal e intelectual. São gravuras, desenhos e nanquins em número superior a 2.000 obras, além de matrizes, objetos pessoais, livros e documentos.

A instituição vem realizando uma série de exposições e eventos culturais dentro e fora do Brasil, contribuindo de forma decisiva para a formação de público especializado em artes visuais.

Dirigido por Lani Goeldi, sobrinha-neta de Oswaldo Goeldi, o projeto tem como objetivo primeiro “divulgar o trabalho do artista e aproximar da comunidade o lado íntimo deste gravador tão respeitado pelos intelectuais e tão próximo dos miseráveis e excluídos”. Com esse conceito, afirma, “o Projeto Goeldi protagoniza o renascimento da alma do artista e de sua paixão pela gravura”.

Serviço“Fauna e Flora Brasileiras”, exposição com 48 pranchas de aves amazônicas de Emílio Goeldi e 22 xilogravuras coloridas de Oswaldo Goeldi, tem abertura em 5 de Junho, sábado, no 2º Piso do Via Vale Garden Shopping – Av. Dom Pedro I 7181, bairro São Gonçalo, Taubaté, tel. (12) 3683-1000.
Visitação até 5 de Agosto, sábado – de segunda a sábado das 10 às 20 horas e aos domingo das 12 às 20 horas. A entrada é franca.
A exposição “Fauna e Flora Brasileiras” é uma realização da Associação Artística Cultural Oswaldo Goeldi e do Projeto Goeldi, com apoio do ProAC-Programa de Ação Cultural do Governo do Estado de São Paulo, Lei Aldir Blanc, e do Via Vale Garden Shopping.

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