Festival Cultural Fodele no Museu El Greco, por Rosângela Vig

Rosângela Vig é Artista Plástica e Professora de História da Arte.
Rosângela Vig é Artista Plástica e Professora de História da Arte.

A música torna-se mais precisa. Nisso o canto muito grave e sem palavras dos gigantes torna-se perceptível e os gigantes aproximam-se lentamente da ribalta. Da esquerda para a direita, passam voando rapidamente seres vagos, vermelhos, que lembram um pouco passarinhos. (KANDINSKY, 1991, p.146)

A estética trafega por mundos imaginários e abre caminhos conduzindo o observador e o levando consigo em seus braços. Ao enveredar por essas trilhas, a consciência também atravessa espaços pelo universo das cores e das formas. E o intelecto veleja por esses mares se reinventando a cada momento, permitindo ao espírito, as sensações de prazer e de enlevo. O fruto que se colhe da Arte é o deleite e a possibilidade de se passear por diferentes imensidões vislumbrando os seres que nelas habitam.

É possível descansar o olhar nesses universos ou fazer com que seus personagens se materializem em nosso próprio mundo, a partir de uma jornada pelo encanto, no Museu El Greco. A Associação Cultural Fodele “Domenikos Theotokopoulos” inaugura os eventos de verão do “Festival Cultural Fodele”, dedicados a El Greco, no Museu El Greco, na Grécia, com a Exposição de obras dos alunos da Escola Superior de Belas Artes de Varsóvia. O evento promove a criatividade dos alunos e seus talentos, incluindo teses da Escola com várias temáticas.

O espírito criativo dos alunos é fruto da forma de ensino diferenciada promovida pela Escola Superior de Belas Artes de Varsóvia, que conduz a uma exploração do lado criativo, levando os estudantes à maturidade artística de maneira ampla, permitindo que desenvolvam estilo próprio. O plano de estudo inclui maquiagem FX com cenografia e multimídia, ligando o aspecto vocacional ao artístico. O método foi desenvolvido por Agata and Robert Manowski. Entre as atividades há técnicas de maquiagem teatral com figurino e trajes completos, incluindo chapéus, calçados e jóias. Até mesmo os diplomas são feitos à mão, esculpidos ou tecidos pelos próprios formandos, fechando o círculo de criatividade. A integração ao meio profissional se completa com a participação dos alunos da Escola de Belas Artes com suas obras em eventos e exposições nacionais e internacionais como a 58ª. Bienal de Veneza que expôs o famoso artista polonês Pawel Althamer com um projeto de Agata Manowska, a Diretora de Criação. A Exposição que ocorre no Museu El Greco está entre os importantes eventos da Escola Superior de Belas Artes.

Em meio às imagens, estão os cartazes publicitários de Paulina Ledzion (Figuras 1, 2 e 3) que promovem a idéia de viagens de trem. Suas cenas incluem paisagens Arquitetônicas, formas gráficas e siluetas. Os elementos parecem estar integrados e suas formas são clássicas e leves. Do projeto de maquiagem de Godziemba-Trytek (Fig. 4) emerge um semblante feminino sereno e harmonioso envolto em véu azul que parece tomar forma e observar o mundo melancólico. Sua técnica de maquiagem é teatral e apresenta uma forte ligação com a Arte. Para Weronika Olczyk (Fig. 5), a técnica de maquiagem FX original, permitiu ao corpo humano se transformar em um novo material criativo, a Estátua Viva. Seus seres parecem se mover lentamente num gesto carinhoso, num abraço delicado.

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Como se abrissem uma janela para o mundo, as obras podem ser visitadas no Museu El Greco, na Grécia, durante este verão, juntamente com as obras da exposição Diálogo com as Culturas do Mundo.

Ao observador, será possível percorrer as narrativas artísticas pessoais dos artistas poloneses Daria Herbut, Paulina Ledzion, Michał Lasota, Magdalena Latosiewicz, Paula Jakubiak, Klara Kwapisz, Anna Wojciechowska, Weronika Olczyk Dom, Godziemba-Trytek, Weronika Zielińska. A exposição ficará no Museu El Greco, em Fodele, e estará aberta ao público (entrada gratuita) de 15 a 30 de agosto de 2020, a partir das 9 horas da manhã até às 7 da noite.

É possível permitir que a alma viaje por essas dimensões. É preciso apenas permitir ao olhar que se encante e que empreenda seu vôo imaginário pelos campos infindáveis da Arte e das imagens que a mente criativa construiu. Permita esse passeio a seu interior.

Referências:

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  1. KANDINSKY. Olhar sobre o Passado. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 1991.

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