Gêiza Barreto – “Arte, resgate de memórias afetivas”, por Edmundo Cavalcanti

Edmundo Cavalcanti é Artista Plástico, Colunista de Arte e Poeta.
Edmundo Cavalcanti é Artista Plástico, Colunista de Arte e Poeta.

1- Onde você nasceu? E qual sua formação acadêmica?

Nasci em Salvador – BA e sou formada em Informática, com pós-graduações e MBAs nas áreas de Tecnologia, Finanças e Gestão.

2- Como e quando se dá o seu primeiro contato com as Artes?

Cresci vendo minha mãe, uma artista que não quis se profissionalizar, pintar usando diversos materiais e suportes. Além disso, tive uma excelente professora de Artes na escola, a artista Viga Gordilho, que despertou meu interesse em estudar os movimentos artísticos.

Gêiza Barreto é Artista Plástica.
Gêiza Barreto é Artista Plástica.

3- Como surgiu ou você descobriu este dom?

Eu já gostava de pintar abstratos multicoloridos desde a adolescência, mas acreditava que não seria capaz de fazer pinturas figurativas. Apenas aos 30 anos, quando vi uma pessoa da família começar do zero e, em pouco tempo, criar obras belíssimas, quebrei a crença limitante de que não conseguiria e resolvi estudar desenho e pintura no Atelier Canella’s, em Niterói. Desde então, percebi que tinha um interesse especial pelos retratos realistas e pelo expressionismo abstrato.

4- Quais são suas principais influências?

Minha mãe teve uma forte influência no meu gosto pelos materiais e pela pintura de retratos. Além dela, todos os meus professores e mentores em diversas áreas, além dos grandes mestres da história da arte, exerceram algum tipo de influência sobre mim e sobre o trabalho que desenvolvo. Falarei de alguns desses mestres mais adiante.

5- Quais os materiais que você utiliza em suas obras?

Eu me considero uma colecionadora de materiais artísticos e adoro utilizar vários deles em minhas obras, de forma que, muitas vezes, eu sinto dificuldade em listar tudo o que usei num único trabalho. Gosto de variar, também, os suportes. Além dos materiais adquiridos em lojas especializadas, utilizo, com alguma frequência, materiais reciclados.

6- Como é o seu processo criativo em si? O que te inspira?

Gosto muito de estudar sobre o funcionamento da mente humana, do inconsciente, da conexão com o Eu Superior, do poder da imaginação, da fé e das frequências vibracionais para a cocriação da realidade, o que acaba se refletindo no tema das minhas obras abstratas e nas pessoas que escolho para retratar.

Procuro retratar pessoas que me inspiram por sua história ou que capturam a minha atenção por meio de uma característica específica, como o olhar, o sorriso ou o sentimento que transmitem.

Os meus abstratos são criados de forma intuitiva; costumo adicionar camadas de diversos materiais até que, em dado momento, escuto a mensagem que a obra quer transmitir, seja por meio de uma frase, uma palavra ou uma música. Nesse momento, sei que a obra está prestes a ser finalizada e ajo de forma mais lógica, interferindo em detalhes e elementos para deixá-la mais harmoniosa e condizente com a mensagem a ser transmitida.

7- Quando você começou efetivamente a produzir ou criar suas obras?

Apesar de ter obras autorais mais antigas, foi a partir de 2016, quando resolvi me dedicar integralmente à arte, que comecei a produzi-las em maior quantidade e, aos poucos, fui percebendo e refinando a minha identidade.

8- A arte é uma produção intelectual primorosa, onde as emoções estão inseridas no contexto da criação, porém na historia da arte, vemos que muitos artistas são derivados de outros, seguindo técnicas e movimentos artísticos através do tempo, você possui algum modelo ou influência de algum artista? Quem seria?

O meu trabalho abstrato deriva, em grande parte, do fovismo e do expressionismo, tendo influência de vários artistas desses movimentos. Além de Kandinsky e Miró, que são as minhas maiores referências, as cores de Matisse e as criaturas que aparecem nas obras de Paul Klee também são muito presentes em meus trabalhos. Meus retratos sofrem maior influência do realismo e do pós-impressionismo. Minhas maiores referências no retrato são Paul Cézanne e Van Gogh.

9- O que a arte representa para você? Se você fosse resumir em poucas palavras o significado das Artes na sua vida…

Arte para mim é resgate de memórias afetivas, além de ser um importante meio de expressão individual e de comunicação entre almas.

10- Quais as técnicas que você usa para expressar suas ideias, sentimentos e percepção acerca do mundo? (Se é através da pintura, escultura, desenho, colagem, fotografia… ou usa várias técnicas no sentido de fazer um mix de formas diferentes de arte).

Uso, preferencialmente, a pintura em técnica mista, em que costumo incluir colagens.

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11- Todo artista tem seu mentor, aquela pessoa a quem você se espelhou que te incentivou e te inspirou a seguir essa carreira, indo adiante e levando seus sonhos a outros patamares de expressão, quem é essa pessoa e como ela te introduziu no mundo das artes?

A minha decisão de seguir a carreira artística foi individual e não teve a influência de mentores. Entretanto, ao longo do caminho, fui encontrando mentores em diversas áreas, de forma que, se fosse citá-los, provavelmente cometeria a injustiça de esquecer alguém.

12- Você tem outra atividade além da arte? Você ministra aulas, palestras etc.?

Comecei a ministrar aulas individuais de Pintura em Técnica Mista e de Materiais Artísticos para Pintura em Técnica Mista que, em breve, pretendo expandir para pequenos grupos.

13- Suas principais exposições nacionais e internacionais e suas premiações?

  • Tenho participado das exposições coletivas promovidas pela Raphael Art Gallery.
  • Atualmente estou participando da coletiva “Arte – Minha Essência”-Raphael Art Gallery, além das coletivas da ICASAA Galeria de Arte e da EueArte Galeria;
  • Participei, pela primeira vez, de um leilão oficial, o 3º. Leilão Artrilha;
  • Fiz minha primeira exposição individual virtual pela galeria que me representa em  Nova Iorque, a Artios Gallery;
  • Venci a votação popular de janeiro de 2020 do concurso internacional de pintura da BoldBrush, além de ter sido finalista em três meses distintos do concurso internacional da PaintingContest.org
  • Expus meus trabalhos em Chaves, Madrid e Lisboa e uma das minhas obras passou a integrar o acervo do Forte de São Francisco, em Chaves.

14- Seus planos para o futuro?

Pretendo continuar desenvolvendo minha identidade e explorando novos materiais, suportes e técnicas, além de participar de salões nacionais e internacionais de arte.

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Quero, ainda, compartilhar cada vez mais o que aprendi até agora por meio de cursos e palestras, além de levar a minha arte a produtos licenciáveis, de forma que ela esteja ao alcance de um maior número de pessoas.

15- Em sua opinião qual é o futuro da arte brasileira e dos seus artistas? (no contexto geral) e porque tantos artistas estão dando preferência em mostrar seus trabalhos em exposições internacionais apesar dos altos custos?

Creio que o movimento de mostrar os trabalhos em exposições internacionais, apesar dos altos custos envolvidos, se deva à crença de que, muitas vezes, as pessoas precisam ser reconhecidas fora do Brasil para obter reconhecimento dentro da sua cidade ou região.

Acredito, entretanto, que o período atual tenha mostrado ao mundo e, em particular, aos brasileiros, o valor da arte. Vários novos artistas têm surgido vindos de outras profissões e uma nova geração de colecionadores começou a surgir; a arte digital, inclusive, ganhou maior reconhecimento com as NFTs. Além disso, as exposições on-line quebraram a barreira física, além de reduzirem significativamente os custos de exposição.

Com isso, mais artistas estão tendo a oportunidade de mostrar sua arte ao mundo sem precisar se deslocar e o tão esperado reconhecimento pode vir de qualquer lugar.

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SOBRE A AFINAÇÃO NAS PINTURAS DE GÊIZA BARRETO

Mesmo em meio à mistura de técnicas, as pinturas abstratas da artista Gêiza Barreto apresentam-se em interessante uniformidade.

Harmonizadas para um mesmo fim, a saber, a composição final da imagem, as colagens, as pinceladas, etc. conciliam-se de forma tal que não mais aparece a costura entre cada um desses efeitos.

Ana Mondini é Crítica de Arte, Doutora em Filosofia, Artista Plástica, formada pela Escola de musica e artes do Paraná e Idealizadora da “Galeria Virtual – Filosofia & Arte”.
Ana Mondini é Crítica de Arte, Doutora em Filosofia, Artista Plástica, formada pela Escola de musica e artes do Paraná e Idealizadora da “Galeria Virtual – Filosofia & Arte”.

A inexistência de um ponto de fuga conduz nossos olhos a um passeio pelo plano, com pequenas pausas em cada uma das formas inseridas, gerando um movimento interno no espectador.

Os retratos de Gêiza Barreto, por sua vez, definem bem o lado realista da face humana, através de manchas e linhas de expressões “sem filtro”, mais precisamente, sem camuflagens, que marcam ainda mais a firmeza do olhar de personalidades impactantes.

Por um lado, o repertório da artista oferece movimentos musicais, causados pelo balanço das formas, ora orgânicas, ora geométricas, tonalizadas por uma alegria semelhante àquela da Bossa Nova. E, pela perspectiva do retrato, apresenta a densa e, paradoxalmente, serena expressão do indivíduo advinda da força da experiência.

Enfim, sem nos ocuparmos em buscar um ponto em comum entre os distintos tratamentos realizados pela artista, é interessante observar que enquanto o ponto forte da abstração existe por algo que não se revela de imediato, ele ressurge nos retratos justamente pelo oposto.

Texto: Ana Mondini

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EDMUNDO CAVALCANTI
São Paulo – Brasil
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