Jacqueline Sebe abre exposição “Pollyanna” na Maison Escola e Galeria de Arte (18/5)

Com uma técnica milenar usada por poucos na contemporaneidade, a artista plástica
Jacqueline Sebe abre sua primeira exposição individual na capital mineira e no Brasil.

Intitulada “Pollyanna”, a mostra abre ao público na próxima quarta-feira (18 de maio), na Maison Galeria de Arte (Av. Bento Simão, 255, São Bento). Com entrada franca, o público pode conferir as obras até o dia 18 de junho.

Série Calendário. Material papel, bordado, metal, encáustica sobre cânhamo. Foto: Divulgação.
Série Calendário. Material papel, bordado, metal, encáustica sobre cânhamo. Foto: Divulgação.

Ao conhecer as obras, os visitantes terão contato de perto com a encaustica, técnica usada quase que com exclusividade em Minas Gerais e no Brasil por Jacqueline Sebe, e que é o fio condutor de todo seu processo de criação. Na antiguidade, esse método foi utilizado em sarcófagos no Egito e hoje é utilizado na pintura, e uma de suas características principais é sua resistência. Segundo a artista, a técnica consiste no uso de cera para unir pigmentos.

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“Vivi mais de 20 anos fora do Brasil, basicamente entre a Europa e os Estados Unidos, voltei ao país recentemente, e em minhas viagens pude aprimorar minha técnica e arte, numa constante troca de experiências com artistas e profissionais locais, dos mais diversos lugares do mundo. Nos últimos anos, estudei e me aprofundei exaustivamente no tema da encáustica”, explica Jacqueline Sebe.

Série Inglesa. Sem título. Encáustica e acrílica sobre madeira. Foto: Divulgação.
Série Inglesa. Sem título. Encáustica e acrílica sobre madeira. Foto: Divulgação.

De acordo com Wagner Nardy, curador da exposição, na mostra, a artista alia, por exemplo, a encaustica à construção civil, arrematando suas criações com objetos que seriam descartados dos canteiros de obras. “Nesse momento, Jacqueline experimenta ser uma espécie de negociadora de um compromisso entre as vontades conflitantes desses materiais e aqueles comumente utilizados no campo das artes plásticas, respeitando e perpetuando assim um legado traçado pelo escultor Jose Resende”, destaca Wagner.

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Pollyanna

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Jacqueline Sebe. Foto: Mateus Gontijo.
Jacqueline Sebe. Foto: Mateus Gontijo.

O nome da mostra é uma alusão ao livro homônimo do escritor Eleanor H. Porter, publicado em 1913 e considerado um clássico da literatura infanto-juvenil. Assim como a menina órfã do livro, a artista tenta praticar o “jogo do contente”. Esse jogo consiste em procurar extrair algo de bom e positivo em tudo, mesmo nas coisas aparentemente mais desagradáveis. “É assim que Jacqueline Sebe faz com que os materiais que iriam para o lixo nas construções virem obras de arte”, reforça seu curador.

De forma geral, “Pollyanna” é uma exposição que trata de temas corajosos e sinceros, mas, que fala de romance em primeiro lugar. Esse romance, segundo a artista, vem de sua relação com as obras, que têm sido maturadas por meio dos anos. Assim como, reafirma Wagner Nardy, também é um romance entre materiais de natureza e valoração tão distintos, que só mesmo o domínio de uma talentosa maestra, como Jaqueline Sebe, poderia orquestrar.

“É com uma referência explícita a uma história de amor e sonho adorada pelo mundo que Jacqueline Sebe vem traduzindo uma obra feminina, tocante, sensual, lúdica, mas, não menos tormentosa e instigante. Seguindo um caminho fiel às práticas construtivistas da arte brasileira do final dos anos 60”, finaliza o curador.

O que não pode ser dito. Papel, linha encáustica e Madeira. Foto: Divulgação.
O que não pode ser dito. Papel, linha encáustica e Madeira. Foto: Divulgação.

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