Julianna Vidnik – “A pureza e alegria da arte”, por Edmundo Cavalcanti

Edmundo Cavalcanti é Artista Plástico, Colunista de Arte e Poeta.
Edmundo Cavalcanti é Artista Plástico, Colunista de Arte e Poeta.

1- Onde você nasceu? E qual sua formação acadêmica?

Nasci em São Paulo, Capital. Minha residência/ateliê está em Brasília e atualmente vivo em Budapeste/Hungria por ser também cidadã húngara, vim passar um ano sabático e com a pandemia se transformou num ano monástico.

Sou formada em Informática, com Pós-Graduação em Qualidade e Produtividade.

2- Como e quando se dá o seu primeiro contato com as Artes?

Comecei a gostar de arte desde a minha infância, sempre caprichando ao máximo meus trabalhos de artes na escola e sempre tirando as melhores notas.

3- Como surgiu ou você descobriu este dom?

Sempre fui apaixonada por arte, quando era adolescente adorava ir às Exposições de Arte e ficava admirada e pensando como conseguem fazer esses quadros tão lindos!

Em 1981 resolvi fazer um curso rápido de 3 meses de pintura na ESPADE da Rua Pamplona em SP, só para ver se tinha dom. Minha alegria foi o professor dizer, siga em frente, você consegue harmonizar as cores com muita facilidade e tranquilidade.

4- Quais são suas principais influências?

Minhas influências vêm das lindas Exposições que eu frequentava quando adolescente, onde tinha algumas obras dos grandes artistas que aprendi amar e apreciar cada um dele que são: Pierre Auguste Renoir, Claude Monet, Caravaggio, Vicent Van Gogh, Rembrandt, Leonardo da Vinci, Salvador Dalí, Michelangelo.

5- Quais os materiais que você utiliza em suas obras?

Os materiais que uso em tela são: as tintas óleo, pincéis, paletas, cavalete, telas, luvas de borracha para o desenvolvimento da minha pintura artística. Às vezes faço cenário ou utilizo foto de algum lugar que já visitei.

6- Como é o seu processo criativo em si? O que te inspira?

Antes de começar uma obra de arte, imagino o que pretendo fazer é claro. Mas minha grande inspiração se deu com a vontade de honrar meus antepassados húngaros (avós paternos) e trazendo para o Brasil a “Série Hungria”. Então fiz duas viagens para Hungria uma em 2013 e outra em 2015 quando comecei a estudar o idioma húngaro, para pedir minha cidadania. Aproveitei essa estadia de 3 meses em Budapeste para tirar várias fotos e transformá-las em obras de arte. É o que fiz nos anos de 2017 até 2019, criando assim a “Série Hungria”.

7- Quando você começou efetivamente a produzir ou criar suas obras?

Tive duas fases:

Em 1981 pintei muitos quadros, participei de exposição de alunos e até fiz uns quadros de encomenda para amigos do trabalho, coisa que não gosto muito, prefiro sentir e pintar com tranquilidade. Fazendo faculdade e trabalhando deixei meu hobby de lado, me dedicando só à carreira e aos estudos. No ano de 2015 quando me aposentei, pensei em voltar a pintar. Grande foi a minha surpresa do presente de Natal que meus filhos e esposo me deram, foi inesquecível e o que mudou a minha vida até hoje, que foram: uma maleta de madeira com uma grande quantidade de pinceis, tintas, telas e um cavalete.

Assim, em 2016 voltei a pintar com tudo, dando quadros de presente para todos da minha família.

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8- A arte é uma produção intelectual primorosa, onde as emoções estão inseridas no contexto da criação, porém na história da arte, vemos que muitos artistas são derivados de outros, seguindo técnicas e movimentos artísticos através do tempo, você possui algum modelo ou influência de algum artista? Quem seria?

Não, não sigo ninguém. Faço o que sinto e o que vejo só isso.

9- O que a arte representa para você? Se você fosse resumir em poucas palavras o significado das Artes na sua vida…

Arte é pureza, uma alegria profunda de conseguir produzir aquilo que estamos sentindo ou vendo. Arte para mim é tudo hoje em dia.

10- Quais as técnicas que você usa para expressar suas ideias, sentimentos e percepção acerca do mundo?

Eu penso num cenário antes de começar a desenhar e pintar geralmente quando é uma paisagem; mas quando é natureza morta monto o cenário, tiro foto, desenho e pinto simples assim. Sempre uso a técnica de óleo sobre tela.

11- Todo artista tem seu mentor, aquela pessoa a quem você se espelhou que te incentivou e te inspirou a seguir essa carreira, indo adiante e levando seus sonhos a outros patamares de expressão, quem é essa pessoa e como ela te introduziu no mundo das artes?

É uma história muito interessante e super gostosa de contar.

Voltei a pintar em 2016. Estava construindo minha casa dos sonhos em Brasília, quando me sugeriram o Sanagê Cardoso um escultor para me orientar no término do acabamento, esse escultor é super famoso em Brasília e eu não o conhecia, ele é, como eu digo, meu padrinho na arte. Quando ele viu as obras que fiz em 1981 e as que estava pintando; na hora ele disse você tem que fazer parte da ACAV-Associação Candanga de Artistas Visuais, eu nem sabia o que era isso. Daí, ele na hora ligou para Malu Perlingeiro que era na época a presidente da ACAV. Ele disse que tinha uma artista perdida aqui no Jardim Botânico. Ela pediu para tirar fotos das obras de arte e me aceitou no mesmo instante dizendo que as obras eram perfeitas. Então a Malu para mim também é minha madrinha da arte. Essas duas pessoas e artistas, no caso da Malu também curadora, são as que me deram esse empurrão para o Mundo das Arte. Sou muito grata a eles.

Logo em 2017 teve um concurso do “Salão de Arte Riachuelo” da Marinha do Brasil e aí pensei vamos ver se tenho mesmo esse dom; levei 3 obras, sendo as três aceitas e uma premiada, aí não tive mais dúvidas se deveria ou não voltar para o Mundo das Artes.

12- Você tem outra atividade além da arte? Você ministra aulas, palestras etc.?

Não mais, trabalhei durante 30 anos com desenvolvimento organizacional, implantando processos de qualidade em grandes empresas “ISO 9000”. Agora só diversão: pintar e expor.

13- Suas principais exposições nacionais e internacionais e suas premiações?

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As principais exposições nacionais foram as do “Salão de Artes Riachuelo” – Marinha do Brasil em 2017,2018 e 2019 com premiações nas três.

As principais exposições internacionais foram nos países Europeus: Espanha/Barcelona; Suíça/Genebra; Itália/Roma; Áustria/Viena e Eslováquia/Bratislava isso nos anos 2018, 2019 e 2021.

14- Seus planos para o futuro?

Voltando para o Brasil, vou querer pintar mais no meu ateliê e assim participar de mais exposições coletivas, individuais, concursos com meus amigos atuais e virtuais.

15- Em sua opinião qual é o futuro da arte brasileira e dos seus artistas? (no contexto geral) e por que tantos artistas estão dando preferência em mostrar seus trabalhos em exposições internacionais apesar dos altos custos?

O futuro da Arte Brasileira é brilhante ao meu ponto de vista, cada vez mais os artistas brasileiros estão sendo reconhecidos e assim estamos conquistando nosso espaço não só no Brasil como em exposições internacionais.

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Creio que essa oportunidade de expor fora do Brasil é única, você tem a oportunidade de conseguir mostrar para Mundo sua Arte, o custo faz parte do processo de querer ser conhecido lá fora.

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Facebook: Julianna Vidnik

Instagram: @julianavidnik

O REAL VERSUS O REAL NAS PINTURAS DE JULIANNA VIDNIK

A artista Julianna Vidnik observa e pinta a Natureza Morta demonstrando grande habilidade técnica acompanhada de uma suavidade, devido ao trato com as cores. Sua representação fidedigna relembra o fato de que essa característica pictórica é algo que jamais deixou de surpreender a maioria dos espectadores, desde a antiguidade.

O auge desse impacto pode ser observado naquela história que aconteceu na Grécia Antiga sobre a competição entre Zeuxis e Parrhasios a respeito de quem era capaz de pintar com maior maestria. Zeuxis pintou uvas com tanta perfeição que chegou a enganar os próprios pássaros, que foram bicá-las como se fossem uvas reais. Certo de que havia ganhado, Zeuxis pediu para Parrhasios retirar a cortina que cobria a sua pintura, e este respondeu: “essa é a pintura!”. Parrhasios ganhou a competição por ter sido capaz de iludir um grande pintor.

Ana Mondini é Crítica de Arte, Doutora em Filosofia, Artista Plástica, formada pela Escola de musica e artes do Paraná e Idealizadora da “Galeria Virtual – Filosofia & Arte”.
Ana Mondini é Crítica de Arte, Doutora em Filosofia, Artista Plástica, formada pela Escola de musica e artes do Paraná e Idealizadora da “Galeria Virtual – Filosofia & Arte”.

Algo muda quando a artista passa para suas paisagens, nas quais ela solta a mão em pinceladas azuis e reduz os detalhes dos objetos, mais precisamente, das embarcações, o que faz com que o mar e o céu não sejam apenas elementos secundários da composição. E, além disso, atinge uma atmosfera fluida tal como podemos perceber realmente o mar. O mesmo se repete em outras pinturas, que elevam o céu ao lugar de destaque em conjunto aos concretos paisagísticos.

Desse modo, as paisagens de Julianna Vidnik passam para outro degrau e podem vir a ser percebidas mais claramente como a continuidade do olhar e da sensação da interioridade da própria artista. Um olhar suave e gentil claramente manifesto em suas obras. E, em certo sentido, não menos reais ou miméticos do que suas pinturas de Natureza Morta. Até porque, vale salientar, para os gregos antigos a mimésis na arte não significava a mera cópia, mas a reprodução da realidade tal como ela se manifesta – o que abre margem para muita reflexão.

Enfim, em conjunto, as obras de Julianna Vidnik, além de transmitirem beleza e agradáveis sensações, convidam-nos a contemplar distintos horizontes fundamentados na relação entre o que está dentro e o que está fora.

Texto: Ana Mondini

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EDMUNDO CAVALCANTI
São Paulo – Brasil
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Colunista no Site Obras de Arte
E-mail: cavalcanti.edmundo@gmail.com

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1 comentário em “Julianna Vidnik – “A pureza e alegria da arte”, por Edmundo Cavalcanti”

  1. Excelente entrevista . Uma história de vida regrada pela dedicação , trabalho reflexões e estudos . Uma referência de artista / pessoa e profissional ! Parabéns !

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