Mostra de Pintura no Museu el Greco, por Rosângela Vig

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Rosângela Vig é Artista Plástica e Professora de História da Arte.

Mãe das recordações, amante das amantes,
Oh tu, minha alegria e meu grande dever!
Ali, tu recordarás as carícias estonteantes,
a doçura do lar, o perfume do entardecer,
Mãe das recordações, amante das amantes!

As noites a brilhar pelo calor do carvão,
E as noites na varanda de róseos matizes!
Que doce era o teu seio e bom teu coração!
Dissemos muita vez as coisas mais felizes,
As noites a brilhar pelo calor do carvão.
(BAUDELAIRE, 2006, p. 48)

A memória pode ser implacável, dispõe seus argumentos aleatoriamente, revolve cenas, fomenta sensações já idas, aguça odores e sabores, incita o olhar po meio das cores e, muitas vezes acalenta pensamentos.

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Saudades batem à porta, trazem nostalgia, despertam suspiros e impulsos de voltar no tempo. Tal ajuizamento serviu de inspiração para a artista Magdalena Wozniak Melissourgaki, embaixadora da Grécia, para a Academia de Arte Mondial.

A série de obras da artista é uma narrativa sobre a passagem do tempo, sobre a vida e está em exposição no museu Domenikos Theotokopoulos, na Grécia, o Museu El Greco.

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E nada mais belo para representar o tempo e o passado do que os mosaicos, reunindo trechos, pedacinhos de momentos, feito um delicioso jogo de montar peças. Também utilizado como uma técnica artística, o mosaico reúne elementos como peças, vidros e cerâmicas; e remonta a Antiguidade Clássica da Arte, servindo de inspiração, mais tarde para técnicas como o Pontilhismo, cujo grande representante foi Seurat (1859-1891).

Utilizando mármores naturais, a série de 11 mosaicos da artista e também curadora da exposição, retrata a história da vida, por meio de uma narrativa a respeito da passagem do tempo, com fragmentos de cenas.

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Como a própria artista afirma, as “formas rasgadas lembram pedaços de fotografias. Objetos quebrados são como rastros deixados pelas pessoas. Os rostos emergentes de pessoas de outras épocas que já faleceram deixando memória de épocas passadas. Desfoquei e enfatizei o desbotamento de sua memória, destino e passado, reduzindo o número de elementos em cada mosaico subsequente. Os mosaicos, as unidades da composição, são um símbolo da passagem do tempo. Cheguei à conclusão de que muitas coisas mudam ao longo dos séculos: arquitetura, costumes, vestimentas, mentalidade, mas os sentimentos humanos permanecem os mesmos, amor, saudade e esperança. Separações e lembranças!.“

Reconhecida internacionalmente, assim como sua obra, Magdalena ainda define sua nova exposição com o trecho de uma música:

“Como o vento, minha juventude passou e se perdeu

pena que não tive tempo de cometer mais erros

A vida é ar e passa silenciosamente

é que ele tira uma soneca e não atualiza novamente.“

Como parte da cena, objetos antigos, fotografias e cartas estão dispostos ao centro da sala da mostra, conduzindo a uma viagem ao passado distante. O quadro todo parece revelar memórias, numa tentativa de narrar o passado para as pessoas da contemporaneidade. As cores dos mosaicos dialogam com as fotos antigas, desbotadas, meio despedaçadas, como se elas mesmas formassem um mosaico.

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Abertura Oficial: 21 de outubro de 2023

Período da Exposição: 21 de outubro a 5 de novembro de 2023

Horário: das 9 às 19 horas

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Referências:

  1. BAUDELAIRE, Charles. As Flores do Mal. São Paulo: Martin Claret, 2006.

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ROSÂNGELA VIG 
Sorocaba  São Paulo
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Colunista no Site Obras de Arte
E-mail: rosangelavig@hotmail.com

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