Composta por 25 trabalhos em técnicas distintas, “NDÚSTRIA” apresenta a pesquisa do artista sobre a indústria e a comunicação na sociedade moderna, em obras que exploram o grafismo e a dessignificação de símbolos e logotipos
A Verve Galeria exibe “NDÚSTRIA”, do artista visual Guilherme Callegari. Com curadoria de Eduarda Freire e texto crítico de Juliana Monachesi, a primeira individual do artista na galeria apresenta 25 pinturas – óleo, acrílica, giz oleoso, carvão, caneta esferográfica e lápis de cor sobre tela -, que abordam a visão do artista sobre a indústria e a comunicação na sociedade moderna, apoiado em seu trabalho diário e numa extensa pesquisa sobre o design gráfico.
O conjunto de letras “NDÚSTRIA”, pelo qual se intitula a nova mostra da Verve Galeria, foi pensado por Guilherme Callegari unicamente como um símbolo que identificasse a exposição. A palavra em si é coerente com o título de algumas das pinturas expostas. Com essa abstração, o artista busca chamar atenção apenas para os desenhos e a sonoridade que eles passam.
A produção de Guilherme Callegari surge de um trabalho diário, de sua relação prática com a pintura. Das indústrias automobilística e da comunicação vem sua pesquisa permeável à seleção de cores, elementos e símbolos – explorando o grafismo e a dessignificação. Sobre o trabalho do artista, o pintor Rodolpho Parigi já escreveu: “As cores de Guilherme Callegari são de natureza industrial e plástica, não é uma paleta de paisagens ou mesmo de um pintor de carne. Sua paleta é de uma impressora profissional ou mesmo de um birô de silk screen […] Guilherme trabalha como uma máquina, mas suas pinturas tem características e especificidades de obra prima, no sentido de obra única. As passagens são delimitadas como em um desenho, trazendo mais uma informação gráfica. Mesmo quando o artista mistura seus elementos, a sempre uma borda bem definida que os diferencia. Tudo é sólido e plano. O encontro das cores acontece na maioria das vezes por intersecção e não por fusão. Isso nos faz lembrar dos pantones gerados pelo Photoshop ou pelas lojas de tinta de parede.”
- Título: “Esquillac”, Data: S/D, Técnica: Pintura, Dimensões: 59 x 42 cm. Foto: Divulgação.
Sem necessariamente possuírem um caráter narrativo, as obras apresentadas por Guilherme Callegari abrangem elementos oriundos do universo do design gráfico – como a tipografia e a caligrafia -, porém exauridos de significados semânticos ou emblemáticos, usados como formas na composição de seus trabalhos. Nos dizeres de Douglas de Freitas, acerca do trabalho do artista: “Nas pinturas de Callegari não há erro, tampouco há correção a ser feita. O que existe é a busca por uma solução de composição precisa, sem nunca apagar completamente o que foi feito, nunca zerar o que foi realizado, mesmo que aquilo aparentemente não faça mais sentido no caminho que a pintura tomou. É anular com um X o que não tem mais efeito, porque perdeu sentido no jogo compositivo do artista, fazendo desta errata parte da solução “correta” de sua pintura. […] São esses os artifícios que o Callegari lança mão na realização de suas pinturas. Não existe regra ou material preciso, o trabalho se dá no acumulo e sobreposição desses diferentes elementos e materiais, como carvão, acrílica, esmalte sintético, giz de cera, resina, entre outros tantos”.
Como define a curadora Eduarda Freire: “Entre uma suspeita levantada sobre a possibilidade interpretativa de sigilos místicos, internacionalidade ou aleatoriedade, o artista convence de que existe um espaço potente, agora preenchido, entre um pôster informativo e uma pintura. Obedece à almejada perfeição visual instituída pelo design, ao mesmo tempo que dribla o funcionamento da produção comunicativa e midiática na simples admissão da gratuidade da produção artística”.
Exposição: “NDÚSTRIA” |
Artista: Guilherme Callegari |
Curadoria: Eduarda Freire |
Texto crítico: Juliana Monachesi |
Coordenação: Allann Seabra e Ian Duarte Lucas |
Abertura: 11 de julho de 2019, quinta-feira, às 19h |
Período: 12 de julho a 17 de agosto de 2019 |
Local: Verve Galeria – www.vervegaleria.com |
Endereço: Rua Lisboa, 285 – Jardim Paulista, São Paulo – SP |
Telefone: (11) 2737-1249 |
Horários: Terça a sexta-feira, das 11 às 19h / Sábado, das 11 às 17h |
Número de obras: 25 |
Técnica: Pintura a óleo, acrílica, giz oleoso, carvão, caneta esferográfica e lápis de cor sobre tela |
Dimensões: Variáveis |
Preços: Sob consulta |
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Assessoria de Imprensa
Balady Comunicação – Silvia Balady/ Zeca Florentino
Tel.: (11) 3814.3382 | 11 99117-7324 – contato@balady.com.br
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Guilherme Callegari
Nasceu em 198 em Santo André, onde vive e trabalha. Graduou-se em Design Gráfico com ênfase em tipografia em 2011. Sua obra lida com temas do Design Gráfico/Comunicação e da pintura. Depois de sua formação, o artista se deixa contaminar por suas pesquisas em Design Gráfico na faculdade e passa a assumir essa temática como objeto de pesquisa em sua pintura. Callegari já ganhou prêmios em salões de Praia Grande e Santo André, participou de exposições coletivas na BARÓ Galeria, Zipper Galeria e duas individuais na Casa Nova Arte e Cultura Contemporânea. Seus trabalhos integram coleções em São Paulo, Rio de Janeiro, Peru e Holanda. Integra as Coleções Públicas: MAR – Museu de Arte do Rio, Casa do Olhar Luiz Sacilotto (Santo André – SP), Palácio das artes (Praia Grande – SP).
Verve Galeria
A Verve é uma galeria de arte contemporânea fundada em São Paulo, em 2013. Em seus espaços, tem à frente o artista visual Allann Seabra e o arquiteto Ian Duarte Lucas, e transita por diversos meios e linguagens. Nascida do entusiasmo e inspiração que animam o espírito da criação artística, a Verve Galeria é abrigo para diferentes plataformas de experimentação contemporânea. A eloquência e sutileza que caracterizam seu nome também estão presentes na cuidadosa seleção de artistas e projetos expositivos. Por entender que as linguagens artísticas são processos contínuos e complementares, representa novos talentos e profissionais consagrados que transitam livremente entre a pintura, fotografia, escultura, vídeo, site in situ, site-specific, gravura e o street art. A galeria ocupa uma casa centenária, e na diversidade de seus espaços expositivos emergem possibilidades de curadoria que vão além do tradicional formato do “cubo branco”. Ao abrir-se para a rua, estabelece franco diálogo com o patrimônio construído de São Paulo, cumprindo a função integradora entre a arte, o público e a cidade. Busca ir além da venda direta de arte, promovendo mostras regulares, palestras e workshops, assim como o intercâmbio e parcerias com artistas e galerias no Brasil e no exterior.