Carlos Borsa – “A arte em busca de um significado”, por Edmundo Cavalcanti

Edmundo Cavalcanti é Artista Plástico, Colunista de Arte e Poeta.
Edmundo Cavalcanti é Artista Plástico, Colunista de Arte e Poeta.

Minha primeira entrevista em tempo de quarentena é com o jovem e talentoso artista paulista Carlos Borsa, arquiteto por formação acadêmica e que em 2015 decidiu seguir a profissão de artista plástico.

Esse talento acaba de ser reconhecido com conquista da Medalha de Ouro com a obra “Marat Velado” (Pintura) no 1° Salão Nacional de Artes Visuais na Quarentena, salão este idealizado e organizado por um grupo de artistas da cidade de São Carlos/SP e que contou com a participação de 890 artistas de todo o Brasil e residentes no exterior, vale aqui ressaltar que esta premiação foi outorgada por um júri composto por profissionais altamente qualificados e reconhecidos nacional e internacionalmente.

Saibam agora um pouco mais sobre o artista.

Carlos Borsa é Artista Plástico.
Carlos Borsa é Artista Plástico.

1- Onde você nasceu? E qual sua formação acadêmica?

Sou natural de São Paulo e minha família é de origem italiana. Graduei em 2018 pela faculdade Belas Artes de São Paulo, no curso de Arquitetura e Urbanismo.

2- Como e quando se dá o seu primeiro contato com as Artes?

Graças ao meu pai que era pintor nas horas livres eu o observava pintar nos dias de folga durante minha infância. Essa fase de pintor do meu pai durou somente esta época, posteriormente meu pai deixou de pintar e eu resolvi seguir a profissão de pintor.

3- Como surgiu ou você descobriu este dom?

Não acredito no Dom, acredito em esforço e força de vontade em aprender técnicas. Já o olhar artístico vem com o esforço e com a prática diária da profissão.

4- Quais são suas principais influências?

Pintores italianos, pintores holandeses, artistas contemporâneos chineses, pouca coisa dos modernistas… Tento mesclar influências dos mestres da Renascença, do Barroco com influências da contemporaneidade.

5- Quais os materiais que você utiliza em suas obras?

São diversas e os suportes são variados, mas a tinta a óleo é o que mais utilizo.

6- Como é o seu processo criativo em si? O que te inspira?

Minha inspiração vem nos grandes filósofos do passado, tento utilizar os ensinamentos dos filósofos para construir uma linguagem visual, que traduza por meio da minha arte um conceito a respeito do mundo contemporâneo em que vivemos.

7- Quando você começou efetivamente a produzir ou criar suas obras?

Profissionalmente a partir de 2015, porém antes disso sempre produzi no nível de um estudante. Estudei pintura entre 2006 e 2011, retomando os estudos em 2013 até me profissionalizar em 2015.

8- A arte é uma produção intelectual primorosa, onde as emoções estão inseridas no contexto da criação, porém na historia da arte, vemos que muitos artistas são derivados de outros, seguindo técnicas e movimentos artísticos através do tempo, você possui algum modelo ou influência de algum artista? Quem seria?

Gosto muito do Caravaggio, Da Vinci, Michelangello, Rembrandt, Adriana Varejão, WEI WEI, Pollock, não tenho um artista em específico que me influencia diretamente, acredito na soma de várias influências na construção do meu fazer artístico.

9- O que a arte representa para você? Se você fosse resumir em poucas palavras o significado das Artes na sua vida…

É uma busca por um significado.

10- Quais as técnicas que você usa para expressar suas ideias, sentimentos e percepção a cerca do mundo? (Se é através da pintura, escultura, desenho, colagem, fotografia… ou usa várias técnicas no sentido de fazer um mix de formas diferentes de arte).

Utilizo na maioria das vezes a tinta a óleo, em minha opinião a tinta a óleo é uma técnica refinada que traz resultados muitos sutis.

11- Todo artista tem seu mentor, aquela pessoa a quem você se espelhou que te incentivou e te inspirou a seguir essa carreira, indo adiante e levando seus sonhos a outros patamares de expressão, quem é essa pessoa e como ela te introduziu no mundo das artes?

Na verdade não sinto que tenho um mestre, no meio das artes há uma competição muito grande, o conhecimento não é muito difundido entre os artistas e curadores.

Quando certos profissionais das artes difundem o conhecimento há algum objetivo por trás, como por exemplo, se auto-promover em cima da obra do artista. Alguns curadores cedem através de sua influência certos espaços de exposição, tais espaços se tornam assim uma moeda de troca, artistas que queiram alcançar tais esferas devem cursar workshops caros e se moldar ao olhar do profissional que conduz tais cursos, e em alguns casos, o premio nem sempre é por mérito da qualidade artística e sim graças à influência adquirida. Claro há sempre as exceções e isto eu valorizo muito.

Porém grande parte do meu conhecimento foi adquirida de maneira pragmática, na maioria das vezes tive de ser um autodidata para alcançar certos conhecimentos. Neste sentido, a Arquitetura me ajudou muito, pois o conhecimento que tenho foi uma soma de várias visões, a Arquitetura me deu uma visão geral sobre a Arte.

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12- Você tem outra atividade além da arte? Você ministra aulas, palestras etc.?

Eu pratico Kung Fu há mais de 10 anos, e isto me ajuda muito a produzir minha pintura. Além disso, trabalho como ilustrador na área publicitária para me sustentar financeiramente.

13- Suas principais exposições nacionais e internacionais e suas premiações? (Mencione as 5 mais recentes)

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PRÊMIOS

  • 2020 – Medalha de Ouro – 1° Salão de Artes Visuais na Quarentena – On Line;
  • 2019 – Primeiro Prêmio no 6º Salão de Artes Plásticas de Mogi das Cruzes;
  • 2017 – Escolha do Público no Concurso Reflexão Arte Hoje – para a obra “Micro e Macro”.

EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS

  • 2019 – “Do líquido ao Concreto”, Casa do Baile, Belo Horizonte – MG;
  • 2019 – “#MITODACAVERNA” Paradoxos Coletivos, Galeria Zero, São Paulo – SP;
  • 2016 – Clube dos Colecionadores da Galeria OMA.

EXPOSIÇÕES COLETIVAS

  • 2019 – 6º Salão de Artes Mogi das Cruzes, Mogi das Cruzes – SP;
  • 2019 – ARTIVISM CHALLENGE EXHIBITION, DIETL international, New York, EUA;
  • 2019 – 26º Salão de Artes Plásticas de Praia Grande, Praia Grande – SP;
  • 2019 – 6ª Compartiarte, Centro Britânico, São Paulo – SP;
  • 2019 – 15º SP-Arte 2019, no stand da Universidade Belas Artes, São Paulo – SP;
  • 2019 – (R)existência. Exposição Coletiva. Galeria Zero, São Paulo – SP;
  • 2018 – 5ª Compartiarte, Centro Britânico, São Paulo – SP;
  • 2017 – Obra 13º SP-Arte 2017, no stand da Universidade Belas Artes, São Paulo – SP;
  • 2016 – Exposição Coletiva “Fotografia-Pintura e o Espírito de um Tempo”, Ribeirão Preto – SP;
  • 2016 – Seleção de obras para o 44º Salão de Arte Contemporânea de Santo André – SP “Luiz Sacilotto”;
  • 2016 – Obra 12º SP-Arte 2017, no stand da Universidade Belas Artes, São Paulo – SP;
  • 2015 – Seleção de obras para o 40º SARP – Salão de Arte de Ribeirão Preto, no MARP – Museu de Arte de Ribeirão Preto;
  • 2015 – Seleção de obra para exposição coletiva no 43º Salão de Arte Contemporânea de Santo André “Luiz Sacilotto”.

14- Seus planos para o futuro?

Recentemente fui aceito para cursar mestrado em Artes na Universidade americana que atua em Florença, a Universidade SACI. Infelizmente a bolsa de estudo que me inscrevi não foi aceita, acredito que deva ter sido graças ao Coronavírus. Estou me reestruturando, meu desejo é me tornar um professor Universitário algum dia, porém não sei quanto ao meu tempo, se isto será possível em minha vida futura.

15- Em sua opinião qual é o futuro da arte brasileira e dos seus artistas? (no contexto geral) e porque tantos artistas estão dando preferência em mostrar seus trabalhos em exposições internacionais apesar dos altos custos?

O mercado de arte brasileiro é bem estruturado, porém ele é moldado majoritariamente a uma linguagem de arte conceitual, claro há exceções, artistas figurativos também têm espaço de atuação. A verdade é que há mercado pra todos os artistas, porém alguns artistas com a linguagem conceitualista podem ter maior atuação em certos espaços culturais e museus.

Não sei se o futuro da arte brasileira mudará este cenário, o meio artístico apesar de ser politicamente contestador é ao mesmo tempo muito conservador em relação à pluralidade das linguagens artísticas.

Expor internacionalmente no meu ver não é uma questão de preferência e sim de oportunidade, há muitos colecionadores bons no Brasil, mas comercializar a obra e receber em dólar ou euro é muito melhor.

Veja mais algumas obras nos links.

Website: www.carlosborsa.com

Instagram: @carlosborsa

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EDMUNDO CAVALCANTI
São Paulo – Brasil
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Colunista no Site Obras de Arte
E-mail: cavalcanti.edmundo@gmail.com

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