Exposição Diálogos em Papel – Moinho Brasil, por Rosângela Vig

Rosângela Vig é Artista Plástica e Professora de História da Arte.
Rosângela Vig é Artista Plástica e Professora de História da Arte.

Brancas
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam
Na luz
As belas
Borboletas
(MORAES, 2013, p.50)

O colorido alegre que emerge no papel clarinho, é como a natureza em ebulição, irrompendo no primeiro dia de primavera. Alegres, a flores do campo salpicam o horizonte. Venturosas pelas cores que se dispersam, saem de seus casulos as borboletas ainda mais coloridas que as flores. E o quadro se completa. O colorido que se espalha no papel em branco do artista é como a cena que se apresenta ao olhar em meio à natureza e sua alegria pelo simples amanhecer.

Um dos materiais mais utlizados no mundo, o papel é um dos protagonistas na Arte, pelas mãos do artífice. O deleite de quem produz uma obra começa no sentir da textura da folha que se apresenta, ainda pelo tato e o prazer de descortinar a melhor forma de se trabalhar com sua Arte. O enlevo pela folha se completa ao deslizar o pincel e perceber a tinta penetrar nas ranhuras ou o lápis decompor sua ponta na aspereza do papel ao construir as imagens que a mente edificou. O artista é aquele que entra em sua cena e dela participa, sentindo-lhe os calores, os frios, as alegrias e os medos.

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Do deleite do artista surgem obras como as que estão expostas na Linha da Cultura do Metrô, do grupo Diálogos em Papel. Mais uma vez, os papéis da Moinho Brasil, passaram pelas mãos de 37 artistas, que tiveram a oportunidade de lhes sentir as texturas, as gramaturas e a melhor forma de trabalhar com suas técnicas. Surgiram então obras que levam o olhar do espectador ao encantamento, ao questionamento e, sobretudo a fazer parte de cenas que somente as utopias são capazes. A Arte tem esse poder.

Os papéis da Moinho Brasil são confeccionados a partir da reciclagem de aparas de papéis recuperadas, ou com fibras vegetais e resíduos agrícolas, cozidos e processados, com sementes de hortaliças e há uma linha especial para a Arte. Para os 37 artistas de várias partes do Brasil, que participam da mostra, os papéis foram confeccionados segundo seus pedidos, suas técnicas e suas inspirações.

O grupo Diálogos em Papel é comprometido também com a sustentabilidade e com o meio ambiente. A arte deve e pode fazer com que isso aconteça de uma forma poética levando a questionamentos para o público nas exposições de Arte. Entre as técnicas estão a Aquarela, a Colagem, o Desenho, a Fotografia, a Gravura, a Pintura e a Técnica Mista. A edição do trabalho para a versão virtual foi feita pelo fotógrafo Ricardo Tokugawa e a curadoria da exposição é da também artista Rita Caruzzo.

As obras podem ser vistas no link da Linha da Cultura do Metrô:

biblioteca.metrosp.com.br/index.php/ptbr/linha-da-cultura/359-linha-visuais/794-dialogos

A exemplo da Arte é bom e possível que a uma mente absorta em pensamentos ocorra um súbito devaneio. No espaço entressonhado de uma mente adormecida, deixe se levar por peregrinações e se encontre com a criança que existe na alma.

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Na primeira noite adormeci, pois sobre a areia a milhas e milhas de qualquer terra habitada. Estava mais isolado que o náufrago numa tábua, perdido no meio do mar. Imaginem então a minha surpresa, quando, ao despertar do dia, uma vozinha estranha me acordou. Dizia:
– Por favor, desenha-me um carneiro!
(SAINT-EXUPÉRY, 1977, p.11)

Referências:

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  1. SAINT-EXUPÉRY, Antoine de. O Pequeno Príncipe. Rio de Janeiro: Livraria Agir Editora, 1977.

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