Oscar D´Ambrosio – “Paixão pela arte” por Edmundo Cavalcanti

Edmundo Cavalcanti é Artista Plástico, Colunista de Arte e Poeta.
Edmundo Cavalcanti é Artista Plástico, Colunista de Arte e Poeta.

Crítico de Artes

Oscar D´Ambrosio e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura e Mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da UNESP – Universidade do Estado de São Paulo/Brasil.

Graduação em Jornalismo pela ECA-USP, (1986), graduação em Faculdade de Letras e Educação pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, (1986), especialização em Literatura Dramática pela ECA-USP, (1989), mestrado em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da UNESP, (2004) e doutorado no Programa de Educação, Arte e História da Cultura da Universidade Presbiteriana Mackenzie, (2013). Autor de diversos livros na área de arte naif e arte contemporânea.

Tem experiência na área de Comunicação, Curadoria e autor de textos para catálogos e apresentações de diversos artistas plásticos contemporâneos. É diretor de redação da Revista UNESP Ciência e responsável pelo programa diário de rádio Perfil Literário, que entrevista escritores, ensaístas e artistas plásticos, para a Rádio UNESP FM 105,7 MHz desde janeiro de 2009. Atua principalmente nos seguintes temas: arte naif, arte contemporânea, biografia de artistas plásticos brasileiros contemporâneos e escritores brasileiros contemporâneos.

Oscar D´Ambrosio.
Oscar D´Ambrosio.

A seguir apresentamos a entrevista que Oscar D´Ambrosio, um dos mais competentes e respeitados críticos de artes do Brasil, concedeu gentilmente ao colunista de artes Edmundo Cavalcanti.

1 – Em uma sociedade como a nossa, que vive sob um violento impacto visual, tecnológico, provindo da mídia e da publicidade, como deve ser o olhar sobre as obras de arte?

A arte perdeu muito de seu espaço como formadora de opinião ou de espaço de polêmica. Foi substituída pelos meios de comunicação de massa e pelas mídias sociais. O olhar sobre as obras da arte, nesse momento, deve ser carinhoso, sensível e peculiar. Ser artista ou admirador de obras de arte é um ato de resistência.·.

2 – O que determinou o seu interesse pela Arte?

Comecei a vida acadêmica pela Letras e pelo Jornalismo. Somente em 1999 é que comecei a trabalhar com Artes Visuais, graças a um contato com o artista plástico Waldomiro de Deus. Por meio dele, fui introduzido no universo da arte naif e, posteriormente, comecei a navegar por outras veredas, acreditando que não existem em arte caixinhas fechadas de gêneros, mas diálogos permanentes entre diversas abordagens conceituais e pictóricas.

3 – Para um estudioso e crítico da arte, o que significa, afinal, a arte?

Arte surge de dois movimentos complementares. De um lado, existe a insatisfação do artista com o mundo. Isso o leva erguer uma outra realidade utópica (melhor do que a conhecida) ou distópica (mais pessimista do que a conhecida). De outro, há o descontentamento do criador com a própria criação. Esses dois movimentos, em diferentes gradações em cada artista, levam a arte a continuar existindo e em mutação.

4 – Existe algum grande artista nas artes plásticas, que o toca mais profundamente, que o prende com mais força? Se sim, por quê?

São muitos. Se tivesse que escolher um, mencionaria um pintor muito mais conhecido como escritor, Ernesto Sábato. Suas imagens são poderosas representações justamente das contradições entre um ser e o mundo. São expressivas imagens de alguém que sonhava encontrar um mundo melhor.

5 – Não existe no sistema educacional brasileiro um incentivo à cultura das artes plásticas, o que seria necessário em sua opinião, para acontecer essa mudança?

As artes plásticas não podem mais ser vistas separadamente de um todo. As artes são cada vez mais híbridas. E o sistema educacional brasileiro deve progressivamente estar atento a isso na prática. Música, Artes Cênicas (Teatro/Dança/Coreografia), Pintura, Escultura (volume), Arquitetura, Literatura, Cinema, Fotografia, História em Quadrinhos, Jogos de Vídeo e Arte Digital são cada vez mais interdependentes. Vejo isso como algo saudável, mas desafiador para artistas, mediadores e público.

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6 – Qual a sua maior preocupação ou cuidado ao analisar as obras de um artista? E emitir sua opinião a respeito.

A maior preocupação é buscar expressar, por meio de palavras, uma opinião que tenha componentes emotivos difíceis de justificar; racionais, fáceis de justificar, e criativos, sem justificativa alguma de modo a não cair em gostei/não gostei, caminhando na direção de contribuir e enriquecer a leitura que o artista e o público terão da obra.

7 – Em sua opinião qual é o futuro da arte brasileira e dos seus artistas? (no contexto geral) e porque tantos artistas estão dando preferência em mostrar seus trabalhos em exposições internacionais apesar dos altos custos?

O futuro da arte brasileira, num mundo cada vez mais conectado, não pode ser separado da arte internacional. Os artistas que não perceberem isso ficarão para trás em temos de mercado. Isso pode ser financeiramente ruim, mas traz, por exemplo, mais independência ao trabalho em termos mercadológicos. Há ganhos e perdas em se internacionalizar ou se isolar. Depende muito do objetivo de cada criador e como ele deseja se colocar no mercado: na vanguarda, no meio do pelotão ou numa posição de outsider e observador crítico que está acontecendo.

8 – Tenho percebido que algumas galerias tradicionais estão encerrando as atividades. Os artistas estão dando preferência para expor em Espaços Culturais. Em sua opinião qual seria a causa?

A questão é financeira. Cada vez menos artistas têm condições de investir no aluguel de espaços e em arcar com despesas de produção de vernissage e catálogo. A participação em editais públicos é uma maneira de conseguir expor com menores custos. A questão, porém, traz evocações bíblicas: muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos.

9 – Que conselho você daria aos artistas ao produzir suas obras ou para futuros artistas?

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Acima de tudo é preciso ser sincero naquilo que se faz. A preocupação estética deve vir acima de tudo, confiando no próprio taco na construção de uma estética diferenciada. Colocar o mundo interior no trabalho é essencial numa caminhada profissional, intensa e séria que leva a formar um estilo, uma digital, uma personalidade visual. Buscar os próprios sonhos, com suas peculiaridades, auxilia ter a pureza de uma criança, que se renova a cada instante, numa mescla de instinto, intuição e renovação pelo estudo e aprimoramento da técnica. Ser livre e responsável com a arte e consigo mesmo é o principal desafio.

Cite alguns livros de sua autoria.

Dos livros que tive a oportunidade de publicar, destaco, para quem gosta de arte naif, ‘Um mergulho no Brasil Naif: a Bienal Naifs do Brasil do SESC Piracicaba: 1992 a 2010’, minha tese de doutorado (Novas Edições Acadêmicas), e ‘O Van Gogh feliz’ (Editora UNESP), minha dissertação de mestrado, sobre o pintor Ranchinho, radicado na cidade de Assis, SP. O que me deu mais prazer, porém, foi a Coleção ‘Contando a arte de… ‘, da Editora Noovha América, um jornada de mais de 20 livros infanto-juvenis sobre artistas plásticos vivos e já falecidos. Foi uma experiência extraordinária!

Os livros estão disponíveis no site:

Website: oscardambrosio.com.br/livros/

Website Biografia: oscardambrosio.com.br/biografia/

Facebook Perfil: www.facebook.com/odambros

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EDMUNDO CAVALCANTI
São Paulo – Brasil
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Colunista no Site Obras de Arte
E-mail: cavalcanti.edmundo@gmail.com

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